-Não paro!!- diz ele, enquanto a enche de cócegas
-Fogo para- diz ela sorrindo.
Nesse estante o olhar da rapariga desvias-se um pouco do, do amigo, e olha na direcção de uma pessoa que a muito não contemplava, que a muito não observa-a, porque não o conseguia, mas achou que aquela talvez seria a altura certa de o fazer, então a rapariga olhou, fixou os seus olhos no rosto dele, aquele rosto macio e branco, aquele cabelo loiro, que sai pela parte de baixo do seu chapéu e aqueles olhos azuis, que permaneciam com o mesmo brilho que a rapariga poderá ter conhecido no passado, mas em simultâneo com um brilho diferente, o brilho que fez com que a rapariga ficasse duvidosa, mas nada que a impedisse de continuar o seu caminho.
A rapariga continuava a caminhar em direcção ao seu destino, e ao passar pelo o rapaz, quase o calca e no momento que ela ia pedir desculpa, algo dentro dela não deixou, os olhos dela olharam para ele com um sorriso na cara, que a medida foi desaparecendo, quando ela percebeu que olhos dele estavam brilhantes demais, que naqueles olhos predominava um brilho de uma grande tristeza, então a rapariga não consegui caminhar com o mesmo andar, apenas conseguia dar pequenos passos até as escadas, onde parou e olhou para trás e viu-o o rapaz sentado no chão com os braços sobre as pernas e a sua cabeça descaída de forma triste, a rapariga ao ver aquilo sentiu obrigação de ajudar, porque apesar de um amor ter tido um fim ela sabia que para ela a amizade não, e que naquele momento o rapaz estava a precisar dela, e que por mais mal que ele lhe tenha causado ela sentiu-se na obrigação de ajuda-lo.
Então a rapariga chegou junto dele, baixou-se e apoiou as suas mãos nós joelhos dele e disse-lhe:
-Estás bem?
-Estou, não se vê?- diz ele de forma irónica
-Claro que vejo, a começar pela forma que estas sentado, sozinho , e pelos teus olhos, iria dizer que estas prefeito, que melhor não podias estar
- Estas a ver como tu sabes- diz ele soltando um sorriso
-Vais-me dizer o que se passa ou vais continuar aqui a enrolar?
-Não tenho nada a dizer!
-Ai não?
-Não, agora pf vai-te embora, deixa-me sozinho
-Eu vou, mas só porque não consigo permanecer aqui, não consigo estar a tentar a ajudar-te e não quereres, eu sei que houve um fim para ambos, mas sempre pensei que a amizade não iria morrer, eu sei que o teu amor por mim morreu, mas sempre pensei que era uma amiga.
Nesse instante a rapariga levanta-se e caminha em direcção ao seu principal destino, enquanto o rapaz sussurra:
-Mas eu amo-te!
-Dizes-te algo? - diz ela
-Não...
-Está bem, fica bem
- Ficarei... mas melhor a teu lado- diz ele num tom baixo para que ela não ouvisse
A rapariga depois de ouvir aquilo, que o rapaz pensava que ela não tinha ouvido, sente-se mal, e questiona-se porque que quando ela o amava ele não queria saber dela e agora que ela não o ama, ele ama-a e sente-se triste por não a poder ter a seu lado, então ela segue o seu caminho e ao mesmo tempo o rapaz permanece sentado a ver a amada partir sem nunca mais ter a oportunidade de lhe tocar!

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